quinta-feira, 29 de novembro de 2012

IMORTALIDADE - SEGREDOS DO RIO

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    No livro "A Física da Alma", do indiano Amit Goswami (tradução de Marcello Borges, ed. Aleph, 2a. edição, 4a reimpressão, 2011, páginas 254/255), temos a seguinte passagem, in verbis:


     ..."O novelista Herman Hesse, em Sidarta, captou a atemporalidade do Ser imortal nesta conversa com Siddharta e seu amigo Govinda:



- Você também aprendeu este segredo com o rio, que não existe isso de tempo? O rio está em toda parte ao mesmo tempo, na fonte e na boca, na queda d`água, na balsa, na corrente, no oceano e nas montanhas, em toda parte, e o presente só existe por si, não como sombra do passado, nem como sombra do futuro?


- Assim é (disse Sidarta), e, quando aprendi isso, revi minha vida"...


   

   Interessante o contexto: não o rio visível, cuja água corre no seu leito, mas o que compõe o rio está em todo lugar...Ou alguém diria que o rio estaria morrendo porque algumas das suas moléculas de água se evaporaram? Alguém diria que a água que alguém ou um animal bebeu corresponderia a um tipo de morte do rio? Ciclos... da mesma água!



   No mesmo livro (obra citada, página 255), o autor prossegue: 




   ... "Perceber que o Ser está além do tempo é ir além da criatividade: é libertação", diz o sábio Krishnamurti (Krishnamurti, 1992)

   A jornada para a libertação não pode começar de fato enquato estivermos apaixonados pela mente e suas flutuações de humor. Ela não pode começar enquanto estivermos em conflito com os princípio éticos de nossas ações." ...
(...)
    "A percepção da verdade é que nos liberta"... (fonte e página citada)


   Da leitura dessa obra realmente interessante, fizemos uma reflexão acerca de passagens do Evangelho, na codificação de Kardec e nas obras de Roustaing (sobre este, neste blog há texto a respeito; para consulta, clique em http://ordembezerrademenezes-nit.blogspot.com.br/2011/11/espiritismo-sistematizacao-em-franca.html).


    Como verdade universal, também Jesus nos disse que era "o Caminho, a Verdade e a Vida" e que nos cabia "amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo" (Mateus, 22, 34 e 40) e a praticar este amor através da prática da Caridade.



    E a esse amor não se permite chegar quem ainda vive impregnado da raiva, da ira, do preconceito, quem com tudo se ofende, quem desconta nos outros aquilo que está mal resolvido, quem não é capaz de "dar a mão" sem esperar recompensa, quem está de mal com o mundo e com isso de mal consigo mesmo... Mais uma vez outros ensinamentos e baseados na tradição oriental e na longa história universal coincidem com os ensinamentos de Jesus que o ocidente difunde e defende, exatamente porque relativos ao progresso moral do ser humano e por estarem de acordo com a Verdade Universal que emana de Deus.

   Mais uma vez temos uma coincidência que, se por um lado não justificam as chamadas "guerras santas" - que na verdade nada tem de próprio com o verdadeiro valor do puro amor universal - por outro lado nos chama ao nosso dever de colocarmos em prática na nossa vida a fé e a confiança no Ser maior, que é Deus,  para bem desenvolvermos nossas potencialidades em prol do nosso progresso espiritual, sem medo, com seriedade e dedicação, materializando em atos pró-ativos aquilo que falamos ao fazermos a oração do "Pai Nosso", quando dizemos "seja feita a Vossa vontade", porque na verdade sabemos que se nossa "vontade" está impregnada de paixões menores e que atrapalham nosso progresso, ao mesmo tempo sabemos e acreditamos que a vontade de Deus - do Amor puro, verdadeiro e incondicional - é a revelação do amor universal, essencial e não superficial, além da comprovação científica dos incrédulos, mas real.



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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

SIGAMOS EM FRENTE

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Em Fonte Viva (ed. FEB), Emmanuel, através de Chico Xavier, no texto intulado "Na Grande Romagem", nos disse:


... - "Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos para diante, pelo menos, alguns milímetros"... (fonte citada, trecho destacado).


Tenhamos em mente a clareza de que nossa missão é progredir... E progredir sempre... Sedimentando novos aprendizados, buscando novos conhecimentos, agindo mais seguros pelas sucessivas experiências que o cotidiano nos possibilita... Não devemos desistir...Não devemos esmorecer... Não devemos nos acovardar diante dos desafios que o nosso livre-arbítrio nos proporcionar... 


Marchemos em prol do nosso próprio progresso, da nossa redenção, sem medo, com confiança e fé e assim estaremos colaborando para o progresso também da coletividade!


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terça-feira, 27 de novembro de 2012

EXPLICAÇÕES DO MESTRE - PARA REFLEXÃO



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EXPLICAÇÕES DO MESTRE
(NEI LUCIO)

"Em plena conversação edificante, Sara, a esposa de Benjamim, o criador de cabras, ouvindo comentários do Mestre, nos doces entendimentos do lar de Cafarnaum, perguntou, de olhos fascinados pelas revelações novas: — A idéia do Reino de Deus, em nossas vidas, é realmente sublime; todavia, como iniciar- me nela? Temos ouvido as pregações à beira do lago e sabemos que a Boa Nova aconselha, acima de tudo, o amor e o perdão...

Eu desejaria ser fiel a semelhantes 
princípios, mas sintome presa a velhas normas.

Não consigo desculpar os que me ofendem, não entendo uma vida em que troquemos nossas vantagens pelos interesses dos outros, sou apegada aos m
eus bens e ciumenta de tudo o que aceito como sendo propriedade minha.

A dama confessava-se com simplicidade, não obstante o sorriso desapontado de quem encontra obstáculos quase invencíveis.

— Para isso — comentou Pedro —, é indispensável a boa-
vontade.

— Com a 
 em Nosso Pai Celestial — aventurou a esposa de Simão —, atravessaremos os tropeços mais duros.

Em todos os presentes transparecia ansiosa expectativa quanto ao pronunciamento do Senhor, que falou, em seguida a longo silêncio: — Sara, qual é o serviço fundamental de tua casa? — É a 
criação de cabras — redargüiu a interpelada, curiosa.

— Como procedes para conservar o 
leite inalterado e puro no benefício doméstico? — Senhor, antes de qualquer providência, é imprescindível lavar, cautelosamente, o vaso em que ele será depositado.

Se qualquer detrito ficar na ânfora, em breve todo o 
leite se toca de franco azedume e já não servirá para os serviços mais delicados.

Jesus sorriu e explanou: — Assim é a 
revelação celeste no coração humano. Se não purificamos o vaso da alma, o conhecimento, não obstante superior, se confunde com as sujidades de nosso íntimo, como que se degenerando, reduzindo a proporção dos bens que poderíamos recolher. Em verdade, Moisés e os Profetas foram valorosos portadores de mensagens divinas, mas os descendentes do Povo Escolhido não purificaram suficientemente o receptáculo vivo do espírito para recebê-las. 
É por isto que os nossos 
contemporâneos são justos e injustos, crentes e incrédulos, bons e maus ao mesmo tempo. O leite puro dos esclarecimentos elevados penetra o coração como alimento novo, mas aí se mistura com a ferrugem do egoísmo velho. Do serviço renovador da alma restará, então, o vinagre da incompreensão, adiando o trabalho efetivo do Reino de Deus.

A pequena assembléia, na sala de Pedro, recebia a lição sublime e singela, comovidamente, sem qualquer interferência verbal.

O Mestre, porém, levantando-se com discrição e 
humildade, afagou os cabelos da senhora que o interpelara e concluiu, generoso: — O orvalho num lírio alvo é diamante celeste, mas, na poeira da estrada, é gota lamacenta.

Não te esqueças desta 
verdade simples e clara da Natureza."

(in Jesus no Lar - Chico Xavier - Ed. FEB).

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

ATÉ A MENOR DAS LUZES BRILHA NA ESCURIDÃO

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"ATÉ A MENOR DAS LUZES BRILHA NA ESCURIDÃO"

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Seja luz...
Ante o medo nas pessoas, seja luz
Ante a dor e o sofrimento, seja luz
Ante a ignorância, seja luz
Ante a ira, seja luz
Ante a busca por atalhos que não levam à nada, seja luz
Ante a ilusão e o maia do m undo, seja luz,
Ante os pecadores que se fingem santos, seja luz
Ante a pressa e os compromissos, seja luz
Ante a concorrência desleal e a vaidade alheia, seja luz
Ante as cobranças irracionais e a incompreensão, seja luz
Ante tudo o que nos desequilibra, seja luz...
Você faz a diferença: seja luz.


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(RRD)

SOBRE A PAZ NO MUNDO E A PAZ EM JESUS - PARA REFLEXÃO

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    Quantas vezes vemos opulência e exibição de coisas materiais em pessoas que tanto sofrem internamente... Depressão, insônia e afins como reflexos de um desconforto espiritual evidente, como extravasamento de uma pressão interna enorme em face do desajuste desse ser diante do mundo... 

   Devemos trabalhar, buscar melhorias e progresso material, mas não a ponto de nos perdermos de nós mesmos... 

    Somente com o religare poderemos encontrar a paz, não aquela disfarçada por sono decorrente de remédios e do corpo entorpecido envolvido por lençóis de seda, mas aquela verdadeira vinda de Jesus.

   Vejamos, a propósito, trecho de belas lições a respeito, por Emmanuel (texto "Paz do mundo e paz do Cristo", in Vinha de Luz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 105, 1 -  ed. especial da FEB).

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... " Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a vaidade bem-vestida e a preguiça inteligente sempre dirão que seguem muito bem.

   Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portais adentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração.
Emmanuel"



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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

SE TIVERES AMOR - EMMANUEL




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"Se tiveres amor, caminharás no mundo como alguém que transformou o próprio coração em chama divina a dissipar as trevas...

Encontrarás nos caluniadores almas invigilantes que a peçonha do mal entenebreceu, instilando-lhes o hábito da peste, e relevarás toda ofensa com que te martirizem as horas... 

Surpreenderás nas maldizentes criaturas desprevenidas que o veneno da crueldade enlouqueceu, e desculparás toda injúria com que te deprimam as esperanças... 

Observarás no onzenário a vítima da ambição desregrada, acariciando a ignomínia da usura em que atormenta a si próprio, e no viciado o irmão que caiu voluntariamente na poça de fel em que arruína a si mesmo... 

Reconhecerás a ignorância em toda manifestação contrária à justiça e descobrirás a miséria por fruto dessa mesma ignorância em toda parte onde o sofrimento plasme o cárcere da delinqüência, o deserto do desespero, o inferno da revolta ou o pântano da preguiça... 

Se tiveres amor saberás, assim, cultivar o bem, cada instante, para vencer o mal cada hora... 

E perceberás, então, como o Cristo, fustigado na cruz, que os teus mais acirrados perseguidores são apenas crianças de curto entendimento e de sensibilidade enfermiça, que é preciso compreender e ajudar, perdoar e servir sempre para que a glória do amor puro, ainda mesmo nos suplícios da morte, nos erga o espírito imperecível à benção da vida eterna. " (EMMANUEL - MENSAGEM PSICOGRAFADA POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, in Religião dos Espíritos, 21, 2a. ed., impresso pela FEB - in Mensagens para Reflexão, FEB).

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O ARADO - EMMANUEL

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"E Jesus lhe disse:
Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus" (Lucas, 9:62)

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Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais belos símbolos.
Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases mais simples.
O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo, fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados.
É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”.
Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que nos vem vivifícando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença.
Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus.
Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos." (Francisco Cândido Xavier, Pão Nosso, ed. FEB).