domingo, 28 de dezembro de 2014

CARTA DE ANO NOVO - Emmanuel

CARTA DE ANO NOVO


Ano Novo é também a renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.


O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.


Lembra-te de que o ano em retornoé novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.


Se tens algum inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.


Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para a frente.


Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.


Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.


Novo Ano! Novo Dia!
Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.


Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.


Não maldigas, nem condenes.


Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.


Não te desanimes, nem te desconsoles.


Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.


Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de
hora a hora:

Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque, se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

(Emmanuel, do livro Vida e Caminho, edição GEEM)

BUSCANDO A FELICIDADE

A felicidade que pode realmente não existir na Terra, enquanto a Terra padecer a dolorosa influenciação de um só gemido de sofrimento, pode existir na alma humana, quando a criatura compreender que a felicidade verdadeira é sempre aquela que conseguimos criar para a felicidade do próximo.

O primeiro passo, porém, para a aquisição de semelhante riqueza é o nosso entendimento das leis que nos regem, para que o egoísmo e a ambição não nos assaltem a vida.

O negociante que armazena toneladas de arroz, com o propósito de lucro fácil, não poderá ingeri-lo, senão na quantidade de alguns gramas por refeição.

O dono da fábrica de tecidos, interessado em reter o agasalho devido a milhões, não vestirá senão um costume exclusivo para resguardar-se contra a intempérie.

E o proprietário de extensas vilas, que delibera locupletar-se com o suor dos próprios irmãos, não poderá habitar senão uma casa só e ocupar, dentro dela, um só aposento para o seu próprio repouso.

Tudo na existência está subordinado a princípios que não podemos desrespeitar sem dano para nós mesmos, e, por esse motivo, a felicidade pura e simples é aquela que sabe retirar da vida os seus dons preciosos sem qualquer insulto ao direito ou à necessidade dos semelhantes.

Assim, pois, tudo aquilo que amontoamos, no mundo, em torno de nós, a pretexto de desfrutar privilégios e favores com prejuízo dos outros, redunda sempre em perigosa ilusão a envenenar-nos o espírito.

Felicidade é como qualquer recurso que só adquire valor quando em circulação em benefício de todos.

Em razão disso, saibamos dar do que somos e a distribuir daquilo que retemos, em favor dos que nos partilham a marcha, porque somente a felicidade que se divide é aquela que realmente se multiplica para ser nossa alegria e nossa luz, aqui e além, hoje e sempre.

(Do livro Inspiração", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)
Relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:
FONTE; http://www.institutoandreluiz.org/chicoxavier_rel_livros.html

RECOMECEMOS !

.


Recomecemos!


"Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho." - Jesus (Mateus, 9 : 16.)
 
Não conserves lembranças amargas.
Viste o sonho desfeito.
Escutaste a resposta de fel.
Suportaste a deserção dos que mais amas.
Fracassaste no empreendimento.
Colheste abandono.
Padeceste desilusão.

Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus...

A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.
A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.
Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.
Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.
Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.
É como se tudo estivesse a dizer : "Se quiseres, podes recomeçar ".

Disse, porém , o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.

Desse modo, desfaze-te do imprestável.
Desvencilha-te do inútil.
Esquece os enganos que te assaltaram.
Deita fora as aflições inúteis.
Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos , todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real...
Emmanuel

Do livro "Palavras de Vida Eterna", Emmanuel (Espírito), Francisco C. Xavier (psicografia)
(No original: "Deita fora as aflições improfícuas")

SEU DESTINO, VOCÊ FAZ!

.

.
"Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino..."

Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias.
Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.
Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.
Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.
Decisão é necessidade permanente.
Nossa vontade não pode ser multipartida.
Idéia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.
Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.
Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.
Progresso é fruto de escolha.
Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.
Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino.
Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.
Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.
Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.
O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução.
(Decisão, E - cap. XXIV - Item 15 - FONTEhttp://www.institutoandreluiz.org/decisao.html)

CARTA DE ANO BOM

.


.
   CARTA DE ANO BOM                                      

      (Casimiro Cunha)

 
                                            Entre um ano que se vai
                                            E outro que se inicia,
                                            Há sempre nova esperança,
                                            Promessas de Novo Dia...

                                            Considera, meu amigo,
                                            Nesse pequeno intervalo,
                                            Todo o tempo que perdeste
                                            Sem saber aproveitá-lo.

                                            Se o ano que se passou 
                                            Foi de amargura sombria,
                                            Nosso Pai Nunca está pobre
                                            Do pão de luz da alegria.

                                           Pensa que o céu não esquece
                                           A mais ínfima criatura,
                                           E espera resignado
                                           O teu quinhão de ventura.

                                           Considera, sobretudo
                                           Que precisas, doravante,
                                           Encher de luz todo o tempo
                                           Da bênção de cada instante.

                                           Sê na oficina do mundo
                                           O mais perfeito aprendiz,
                                           Pois somente no trabalho
                                           Teu ano será feliz.

                                           Não esperes recompensas
                                           Dos bens da vida terrestre,
                                           Mas, volve toda a esperança
                                           À paz do Divino Mestre.

                                           Nas lutas, nunca te esqueças
                                           Deste conceito profundo:
                                           O reino da luz de Cristo
                                           Não reside neste mundo.

                                           Não olhes faltas alheias,
                                           Não julgues o teu irmão,
                                           Vive apenas no trabalho
                                           De tua renovação.

                                           Quem se esforça de verdade
                                           Sabe a prática do bem,
                                           Conhece os próprios deveres
                                           Sem censurar a ninguém.

                                           Ano Novo!... Pede ao Céu
                                           Que te proteja o trabalho,
                                           Que te conceda na fé
                                           O mais sublime agasalho.

                                           Ano Bom!... Deus te abençoe
                                           No esforço que te conduz
                                           Das sombras tristes da Terra
                                           Para as bênçãos de Jesus.

               fonte FEB (http://www.febnet.org.br/blog/geral/noticias/carta-de-ano-bom/);  Do livro Cartas do Evangelho, de Casimiro Cunha, por Francisco Cândido Xavier – Ed. Lake-SP

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

"Incompreensão" - Livro Fonte V|iva

Incompreensão
.
“Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 9:22.)

A incompreensão, indiscutivelmente, é assim como a treva perante a luz, entretanto, se a vocação da claridade te assinala o íntimo, prossegue combatendo as sombras, nos menores recantos de teu caminho.
Não te esqueças, porém, da lei do auxílio e observa-lhe os princípios, antes da ação.
Descer para ajudar é a arte divina de quantos alcançaram conscienciosamente a vida mais alta.
A luz ofuscante produz a cegueira.
Se as estrelas da sabedoria e do amor te povoam o coração, não humilhes quem passa sob o nevoeiro da ignorância e da maldade.
Gradua as manifestações de ti mesmo para que o teu socorro não se faça destrutivo.
Se a chuva alagasse indefinidamente o deserto, a pretexto de saciar-lhe a sede, e se o Sol queimasse o lago, sem medida, com a desculpa de subtrair-lhe o barro úmido, nunca teríamos clima adequado à produção de utilidades para a vida.
Não te faças demasiado superior diante dos inferiores ou excessivamente forte perante os fracos.
Das escolas não se ausentam todos os aprendizes, habilitados em massa, e sim alguns poucos cada ano.
Toda mordomia reclama noção de responsabilidade, mas exige também o senso das proporções.
Conserva a energia construtiva do exemplo respeitável, mas não olvides que a ciência de ensinar só triunfa integralmente no orientador que sabe amparar, esperar e repetir.
Não clames, pois, contra a incompreensão, usando inquietude e desencanto, vinagre e fel.
Há méritos celestiais naquele que desce ao pântano sem contaminar-se, na tarefa de salvação e reajustamento.
O bolo de matéria densa reveste-se de lodo, quando arremessado ao poço lamacento, todavia, o raio de luz visita as entranhas do abismo e dele se retira sem alterar-se.
Que seria de nós se Jesus não houvesse apagado a própria claridade, fazendo-se à semelhança de nossa fraqueza, para que lhe testemunhássemos a missão redentora? Aprendamos com ele a descer, auxiliando sem prejuízo de nós mesmos.
E, nesse sentido, não podemos esquecer a expressiva declaração de Paulo de Tarso quando afirma que, para a vitória do bem, se fez fraco para os fracos, fazendo-se tudo para todos, a fim de, por todos os meios, chegar a erguer alguns.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Paradoxo do Espelho

.

.
Imagina-se o debate entre a real imagem da pessoa e o seu reflexo no espelho. A pessoa que sofre, fica triste, chora, mas que também ama, sorri, canta, caminha, sentindo do sol o calor e o cheiro de terra molhada quando a chuva se inicia, que ganha abraços, sorrisos e tanto quanto abraça e sorri...
O reflexo no espelho revela a retocada imagem que o cérebro já protege e justifica e retoca, com maquiagem, cabelos penteados, a estética nos dentes, na barba feita e no sorriso calculado, moldando segundo um padrão estético pré-concebido, em muito por  uma necessidade de aceitação e de autoaceitação. A imagem no espelho não chora, não sofre, não erra... A imagem no espelho é construída, moldada, estudada. O resultado agrada.
Mas eis que o espelho de repente indaga "-Quem és tu?" e a pessoa diz simplesmente que é a fonte daquela imagem. Debatem, discutem, se indagam. Por um momento a pessoa parecia desejar simplesmente ser aquela imagem no espelho, até que se apercebeu que aquela imagem é como um momento retratado numa fotografia, podendo parecer digna de ser eternizada, impressa e colocada num porta-retrato, mas é só isso, uma imagem, um maya, uma ilusão perdida no tempo, ao passo de que a pessoa de verdade é um complexo de emoções exatamente por sentir a influência de tudo, das pessoas ao redor, do vento, do sol, da chuva, dos alimentos que consome, do bem que faz, dos passos com os quais moldou o seu destino... 
E então aquela pessoa que por um momento parecia preferia a moldada imagem no espelho, sai dali, apagando a luz daquele cômodo e deixa com passos firmes os limites da sua casa e parte para a vida, para o mundo, para o seu destino, que é viver a vida do melhor modo, pois sempre vale a pena.


RD .(imagem coligida da internet)

O Santo desiludido - Neio Lucio



"Inclinara-se a palestra, no lar humilde de Cafarnaum, para os assuntos alusivos à devoção, quando o Mestre narrou com significativo tom de voz:
 — Um venerado devoto retirou-se, em definitivo, para uma gruta isolada, em plena floresta, a pretexto de servir a Deus.

Ali vivia, entre orações e pensamentos que julgava irrepreensíveis, e o povo, crendo tratar-se de um santo

 messias, passou a reverenciá-lo com intraduzível respeito.

Se alguém pretendia efetuar qualquer negócio do mundo, dava-se pressa em buscar-lhe o parecer. Fascinado pela alheia consideração, o crente, estagnado na adoração sem trabalho, supunha dever situar toda gente em seu modo de ser, com a respeitável desculpa de conquistar o paraíso.

Se um homem ativo e de boa- lhe trazia à apreciação algum plano de serviço comercial, ponderava, escandalizado: — É um erro.
Apague a sede de lucro que lhe ferve nas veias. Isto é ambição criminosa. Venha orar e esquecer a cobiça.

Se esse ou aquele jovem lhe rogava opinião sobre o casamento, clamava, aflito: — É disparate. A carne está submetendo o seu espíritoIsto é luxúriaVenha orar e consumir o pecado.

Quando um ou outro companheiro lhe implorava conselho acerca de algum elevado encargo, na administração pública, exclamava, compungido: — É um desastre.  Afaste-se da paixão pelo poder.
Isto é vaidade e orgulhoVenha orar e vencer os maus pensamentos.

Surgindo pessoa de bons propósitos, reclamando-lhe a opinião quanto a alguma festa de fraternidade em projeto, objetava, irritadiço: — É uma calamidade. O júbilo do povo é desregramento. Fuja à desordemVenha orar subtraindo-se à tentação.

E assim, cada consulente, em vista da imensa autoridade que o santo desfrutava, se entristecia de maneira irremediável e passava a partilhar-lhe os ócios na soledade, em absoluta paralisia da alma.

O tempo, todavia, que todo transforma, trouxe ao preguiçoso adorador a morte do corpo físico. Todos os seguidores dele o julgaram arrebatado ao Céu e ele mesmo acreditou que, do sepulcro, seguiria direto ao paraíso.

Com inexcedível assombro, porém, foi conduzido por forças das trevas a terrível purgatório de assassinos.

Em pranto desesperado indagou, à vista de semelhante e inesperada aflição, dos motivos que lhe haviam sitiado o espírito em tão pavoroso e infernal torvelinho, sendo esclarecido que, se não fora homicida vulgar na Terra, era ali identificado como matador da coragem e da esperança em centenas de irmãos em humanidade.

Silenciou Jesus, mas João, muito admirado, considerou: — Mestre, jamais poderia supor que a devoção excessiva conduzisse alguém a infortúnio tão grande! O Cristo, porém, respondeu, imperturbável:


 — Plantemos a crença e a confiança entre os homens, entendendo, entretanto, que cada criatura tem o caminho que lhe é próprio.  sem obras é uma lâmpada apagada. Nunca nos esqueçamos de que o ato de desanimar os outros, nas santas aventuras do bem, é um dos maiores pecados diante do Poderoso e Compassivo Senhor."

ABRE A PORTA - Emmanuel

.





.
"Profundamente expressivas as palavras de Jesus aos discípulos, nas primeiras manifestações depois do Calvário.
Comparecendo à reunião dos companheiros, espalha sobre eles o seu espírito de amor e vida, exclamando: “Recebei o Espírito Santo.”
Por que não se ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes? por que não transmitiu Jesus, pura e simplesmente, o seu poder divino aos sucessores? Ele, que distribuíra dádivas de saúde, bênçãos de paz, recomendava aos discípulos recebessem os Divinos dons espirituais. Por que não impor semelhante obrigação?
É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo por amor.
Cada espírito guarda seu próprio tesouro e abrirá suas portas sagradas à comunhão com o Eterno Pai.
O Criador oferece à semente o sol e a chuva, o clima e o campo, a defesa e o adubo, o cuidado dos lavradores e a bênção das estações, mas a semente terá que germinar por si mesma, elevando-se para a luz solar.
O homem recebe, igualmente, o Sol da Providência e a chuva de dádivas, as facilidades da cooperação e o campo da oportunidade, a defesa do amor e o adubo do sofrimento, o carinho dos mensageiros de Jesus e a bênção das experiências diversas; todavia, somos constrangidos a romper por nós mesmos os envoltórios inferiores, elevando-nos para a Luz Divina.
As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem à volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-nos à legítima compreensão da vida, iluminando-nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir-lhes ou não a porta interna.
Cessemos, pois, a guerra de nossas criações inferiores do passado e entreguemo-nos, cada dia, às realizações novas de Deus, instituídas a nosso favor, perseverando em receber, no caminho, os dons da renovação constante, em Cristo, para a vida eterna."

terça-feira, 3 de junho de 2014

AGRADECER SEMPRE

.


   A vida é acelerada demais hoje em dia... Parece que nunca temos tempo suficiente para nada... Dinheiro curto, como se vendêssemos o almoço para comprar a janta... E ainda acontecem coisas que parece que nos atrapalham e que não dão certo para complicar ainda mais certas coisas, como o despertador que não toca, o ônibus que perdemos, a conta que esquecemos de pagar em dia e que nos causa transtornos adiante, o engarrafamento inesperado que nos cria contratempos etc a necessidade de voltarmos à casa para apagar a luz que deixamos acesa etc um pneu furado, que nos atrasa a partida para o trabalho...
   Curioso como dizemos que temos que ser tolerantes mas não exercitamos essa virtude com tanta facilidade...
   Desperta curiosidade, também, que sejamos capazes de dizer que temos resignação e que aceitamos os desígnios de Deus mas costumamos questionar os pequenos fatos do dia a dia, reclamando quando alguma coisa foge ao nosso controle...
   Ora, somos nada diante dos planos da Providência Divina...
   Quem não nos garante que os pequenos tropeços do dia, como antes exemplificados, não nos poupam de desastres, de transtornos verdadeiros em nossas vidas, de situações estafantes etc?

   Evidentemente que nos momentos dos contratempos não temos a facilidade para entendê-los como livramentos ou proteção contra fatos adversos que poderiam nos atingir... Não somos perfeitos, claro... Mas somos perfectíveis e capazes de potencializar nossa qualidade em perceber que "nada acontece por acaso" em nossas vidas e que tudo é motivo para agradecimento, ainda que não compreendamos as motivações e as circunstâncias de certas ocorrências...
   Que possamos fazer de nossa vida uma existência com altaneiros propósitos, algo de que nos orgulhemos pelo bem que fazemos, pela possibilidade de construir, de criar, de ajudar a quem chora e sofre tanto como de perceber que talvez nosso grande desafio e prova de evolução seja a de que não controlamos o mundo...
   Que sempre agradeçamos e que confiemos na Vontade de Deus, como dizemos ao orar o "Pai Nosso"...
     Paz!

domingo, 11 de maio de 2014

MÃE




"Mãe é alguém que se dilui na existência dos filhos, vendo o paraíso através dos seus olhos e existindo pelo ritmo dos seus corações, para elas transfigurados em santuário de amor" (VIEIRA, Waldo. De coração para coração, pelo Espírito Maria Celeste, 3a edição, Rio de Janeiro. FEB, 1992, capítulo 36).


quarta-feira, 16 de abril de 2014

Moeda e Moenda



"Moeda e Moenda

Moeda é peça que representa dinheiro.
Moenda é peça que mói alguma coisa.
Moeda é força que valoriza.
Moenda é força que transforma.
Moeda é fiança.
Moenda é ação.
Moeda é possibilidade.
Moenda é suor.
Moeda é recurso.
Moenda é utensílio.
Moeda apóia.
A moenda depura.
A moeda abona.
A moenda prepara.
Moeda parada é promessa estanque.
Moenda inerte é instrumento inútil.
Moeda mal dirigida traz sofrimento.
Moenda mal governada gera desastre.
Movimente a moeda nas boas obras e melhorará sua vida.
Acione a moenda no serviço e terá mesa farta.
A moeda é a moenda de seu caminho.
Lance hoje a sua moeda, na moenda do bem, praticando os seus ideais de trabalho e progresso, educação e caridade, e encontrará você amanha preciosas colheitas de simpatia e cooperação, alegria e luz."
(Hilário Silva, por Chico Xavier e Waldo Vieira, in O Espírito da Verdade, ed. FEB, 17a. ed,, 11/2009, páginas 213/214).


.

São os passos que fazem o caminho





.


    Podemos escolher como caminhar e qual o caminho... O Livre-arbítrio pensado por Santo Agostinho (libre arbitrium, ano de 395 d.C) não pode assustar como conceito e deve ser valorizado como traço da individualidade de cada um! O livre arbítrio não é liberdade. Livre arbítrio está intimamente ligado à vontade, à capacidade de pensar, de refletir, de escolher e de decidir o seu amanhã, ao passo que a liberdade está mais próxima da ideia de realização daquele objetivo...  De que adiantaria ser livre para caminhar se usássemos essa qualidade para cegamente seguir passos determinados por outras pessoas? O livre-arbítrio eleva ao máximo as potencialidades da nossa alma ao nos deixar responsáveis pelos nossos próprios passos, pelo nosso próprio caminhar, pelo nosso próprio destino... Também não adianta termos a decisão refletida e amadurecida no bom exercício do livre-arbítrio e não termos a ação, a força de vontade, a determinação para a sua concretização! Lembremo-nos de que a semeadura é livre mas a colheita é obrigatória, nada tendo esta de castigo ou punição por uma eventual má escolha, mas como resultado lógico, natural e racional de que não se colhe paz se o que se cultiva é a discórdia etc
Neste sentido, muito sensível e inteligente poema de Mário Quintana, aqui relembrado:


"Era um caminho que de tão velho, minha filha,
já nem mais sabia aonde ia...
Era um caminho velhinho
perdido...
Não havia traços
de passos no dia
em que por acaso o descobri:]
Pedras e urzes iam cobrindo tudo.
O caminho agonizava, morria
sozinho...
Eu vi...
Porque são os passos que fazem os caminhos"
(Mário Quintana).

Paz!

Jesus, guia e modelo

.

          Qual caminho seguir? Não é incomum que tenhamos dúvidas. Impróprio e não ter a resposta. Jesus é O caminho, A verdade e A vida e o Seu exemplo ultrapassa o tempo, vence os séculos e ainda hoje nos oferece o conforto, a paz e o colo amoroso onde podemos nos fortalecer e seguir firmes nosso destino. Nesses dias em que a Páscoa parece reduzida a um  "sonho de chocolate" é importante que reforcemos nossa fé e confiança e nos lembremos do seu real significado e de Jesus como o modelo a ser seguido. Feliz Páscoa!

... "Os Espíritos Superiores nos ensinam que Jesus é o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para nos servir de guia e modelo. (4) Significa dizer que […] Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava. (5)
Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade terrena, enviando os seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos humanos e, assim como presidiu à formação do orbe, dirigindo, como Divino Inspirador, a quantos colaboraram na tarefa da elaboração geológica do planeta e da disseminação da vida em todos os laboratórios da Natureza, desde que o homem conquistou a racionalidade, vem-lhe fornecendo a ideia de sua divina origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do espírito, revelando-lhe, em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger. (10) Sabemos que raças […] e povos ainda existem, que o desconhecem, porém não ignoram a lei de amor da sua doutrina, porque todos os homens receberam, nas mais remotas plagas do orbe, as irradiações do seu espírito misericordioso, através das palavras inspiradas dos seus mensageiros. (11)

Jesus […] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. Todas as coisas humanas passaram, todas as coisas humanas se modificarão. Ele, porém, é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição. (8) Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito. Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes […]. (9)" ... (fonte: Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, Programa Complementar, Tomo Único, ed. Feb, 1a edição, 3a reimpressão, 02/2011, p. 394 - nossos os grifos e destaques).


---------------------


* Nota: Sobre a Páscoa já escrevemos neste Blog, na publicação intitulada "PÁSCOA E LIBERTAÇÃO", em 24.4.2011 (endereço do link: http://ordembezerrademenezes-nit.blogspot.com.br/2011/04/pascoa-jesus-e-o-livre-arbitrio.html)


.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Onde está Deus?


"Um turista perguntou a um mendigo:
- Dou-te um dolar se me disseres onde está Deus.
O mendigo respondeu:
- Dou-te dois se me disseres onde Ele não está."


(atribuída a Alejandro Jodorowsky)



   

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

NOS MOMENTOS GRAVES... (por André Luiz)

NOS MOMENTOS GRAVES

Use calma.
A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca é uma vida boa.

.

Não delibere apressadamente.
As circunstâncais dos Desígnios Superiores modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.


(trechos retirados de Agenda Cristã - Francisco Cândido Xavier - Feb)


---


   É comum que tentemos resolver logo algumas questões, muitas das vezes decidindo de modo açodado e sem muita preocupação consciente com os reflexos futuros das nossas resoluções, tanto para nós quanto para as pessoas envolvidas.
   A paciência é uma virtude admirável! Sermos capazes de manter nosso raciocínio em meio ao caos é difícil... Mas a fé e a correta vivência dentro dos Superiores ensinos do Evangelho nos auxilia a nos manter na senda do bom caminho e a confiar nos altos desígnios de Deus! Confiar é preciso, do mesmo modo que amar é preciso.

Paz

.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A vida é o que você deseja, diariamente... (para refletir)




.

"A vida é aquilo que você deseja, diariamente"... (Chico Xavier)


----------------------------------------------------------

   O pensamento é potência da alma... A alma humana tem inúmeras potencialidades que nós ainda não inteiramente dominamos.
   Mas, através do amor e dos ensinamentos e exemplo maior do Mestre Jesus temos uma nota exemplificadora daquilo que deve se ocupar a nossa mente...
    Dirão que não conseguimos todo o tempo dominar nossos pensamentos e nossas emoções... Mas provavelmente já conseguimos dominar algumas de nossas ações... Ora, as ações não ocorrem sozinhas mas em decorrência de intenções e pensamentos e se dominamos algumas das nossas tendências e atitudes já podemos nos alegrar pois estamos dando provas da nossa evolução... Mas há ainda muito e esses provas não são efetivamente um prêmio final ou razão para não insistirmos em novos avanços mas, ao contrário, mera demonstração e incentivo na senda da nossa melhora, prova de que podemos melhorar, sempre...
    A vida pode ser não exatamente como gostaríamos quando medimos o tamanho de certas provações, de dificuldades materiais, de obstáculos que parece sempre estar em nossos caminhos... Mas será que a vida aqui na Terra deveria ser "do jeito que desejamos"? Será que estamos aqui como quem está num Resort e apenas para curtir? Ou aqui, num mundo de provas e expiações, estamos para aprender, evoluir, melhorar a nossa capacidade de amar e de sermos amados? E, apesar de tudo isso, não podemos ter momentos de paz e felicidade reais em nossos dias, sem ilusões, sem influências de sensações de posse, de egoísmo, de inveja ou emoções menores?
   Ora, tem gente que parece que se faz consigo um tipo de autosabotagem, como que a cada dia criando uma desculpa para não ser feliz... um obstáculo para não avançar... colocando uma pedra no seu próprio caminho... Cada tarefa não plenamente cumprida não gera satisfação... Do mesmo modo, cada dia perdido no aprendizado, na tentativa de acertar, no propósito do bem é um dia que não volta mais e cada dia é uma benção dos céus... Paremos de nos atrapalhar! Cuidemos dos nossos pensamentos e um bom treinamento é acordarmos e nos desejarmos um bom dia, assim que nos vermos no espelho, pelo amanhecer... Merecemos que cuidemos de nós... E, se nos amarmos, certamente ficará mais fácil que outros nos amem e que amemos ao próximo!

Paz!


A Edificação Cristã

A EDIFICAÇÃO CRISTÃ

OS PRIMEIROS CRISTÃOS:
Atingindo um período de nova compreensão concernente aos mais graves problemas da vida, a sociedade da época sentia de perto a insuficiência das escolas filosóficas conhecidas, no propósito de solucionar as suas grandes questões. A idéia de uma justiça mais perfeita para as classes oprimidas tornara-se assunto obsidente para as massas anônimas e sofredoras.
Em virtude dos seus postulados sublimes de fraternidade, a lição do Cristo representava o asilo de todos os desesperados e de todos os tristes. As multidões dos aflitos pareciam ouvir aquela misericordiosa exortação: - "Vinde a mim, vós todos que sofreis e tendes fome de justiça e eu vos aliviarei" - e da cruz chegava-lhes, ainda, o alento de uma esperança desconhecida.
A recordação dos exemplos do Mestre não se restringia aos povos da Judéia, que lhe ouviram diretamente os ensinos imorredouros.
Numerosos centuriões e cidadãos romanos conheceram pessoalmente os fatos culminantes das pregações do Salvador. Em toda a Ásia Menor, na Grécia, na África e mesmo nas Gálias, como em Roma, falava-se dEle, da sua filosofia nova que abraçava todos os infelizes, cheia das claridades sacrossantas do reino de Deus e da sua justiça. Sua doutrina de perdão e de amor trazia nova luz aos corações e os seus seguidores destacavam-se do ambiente corrupto do tempo, pela pureza de costumes e por uma conduta retilínea e exemplar.
A princípio, as autoridades do Império não ligaram maior importância à doutrina nascente, mas os Apóstolos ensinavam que, por Jesus-Cristo, não mais poderia haver diferença entre os livres e os escravos, entre patrícios e plebeus, porque todos eram irmãos, filhos do mesmo Deus. O patriciado não podia ver com bons olhos semelhantes doutrinas. Os cristãos foram acusados de feiticeiros e heréticos, iniciando-se o martirológio com os primeiros editos de proscrição. O Estado não permitia outras associações independentes, além daquelas consideradas como cooperativas funerárias e, aproveitando essa exceção, os seguidores do Crucificado começaram os famosos movimentos das catacumbas.
A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO:
Na Judéia cresce, então, o número dos prosélitos da nova crença. O hino de esperanças da manjedoura e do calvário espalha nas almas um suave e eterno perfume. É assim que os Apóstolos, cuja tarefa o Cristo abençoara com a sua misericórdia, espalham as claridades da Boa Nova por toda a parte, repartindo o pão milagroso da fé com todos os famintos do coração.
A doutrina do Crucificado propaga-se com a rapidez do relâmpago.
Fala-se dela, tanto em Roma como nas Gálias e no norte da África.
Surgem os advogados e os detratores. Os prosélitos mais eminentes buscam doutrinar, disseminando as idéias e interpretações. As primeiras igrejas surgem ao pé de cada Apóstolo, ou de cada discípulo mais destacado e estudioso.
A centralização e a unidade do Império Romano facilitaram o deslocamento dos novos missionários, que podiam levar a palavra de fé ao mais obscuro recanto do globo, sem as exigências e os obstáculos das fronteiras.
Doutrina alguma alcançara no mundo semelhante posição, em face da preferência das massas. É que o Divino Mestre selara com exemplos as palavras de suas lições imorredouras.
Maior revolucionário de todas as épocas, não empunhou outra arma além daquelas que significam amor e tolerância, educação e aclaramento. Condenou todas as hipocrisias, insurgiu-se contra todas as violências oficializadas, ensinando simultaneamente aos discípulos o amor incondicional à ordem, ao trabalho e à paz construtiva. É por essa razão que os Evangelhos constituem o livro da Humanidade, por excelência. Sua simplicidade e singeleza transparecem na tradução de todas as línguas da Terra, prendendo a alma dos homens entre as luzes do Céu, ao encanto suave de suas narrativas.

A REDAÇÃO DOS TEXTOS DEFINITIVOS:
Nesse tempo, quando a guerra formidável da critica procurava minar o edifício imortal da nova doutrina, os mensageiros do Cristo presidem à redação dos textos definitivos, com vistas ao futuro, não somente junto aos Apóstolos e seus discípulos, mas igualmente junto aos núcleos das tradições. Os cristãos mais destacados trocam, entre si, cartas de alto valor doutrinário para as diversas igrejas. São mensagens de fraternidade e de amor, que a posteridade muita vez não pôde ou não quis compreender.
Muitas escolas literárias se formaram nos últimos séculos, dentro da crítica histórica, para o estudo e elucidação desses documentos. A palavra"apócrifo" generalizou-se como o espantalho de todo o mundo. Histórias numerosas foram escritas. Hipóteses incontáveis foram aventadas, mas os sábios materialistas, no estudo das idéias religiosas, não puderam sentir que a intuição está acima da razão e, ainda uma vez, falharam, em sua maioria, na exposição dos princípios e na apresentação das grandes figuras do Cristianismo.
A grandeza da doutrina não reside na circunstância de o Evangelho ser de Marcos ou de Mateus, de Lucas ou de João; está na beleza imortal que se irradia de suas lições divinas, atravessando as idades e atraindo os corações. Não há vantagem nas longas discussões quanto à autenticidade de uma carta de Inácio de Antioquia ou de Paulo de Tarso, quando o raciocínio absoluto não possui elementos para a prova concludente e necessária. A opinião geral rodopiará em torno do crítico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a autoridade literária não poderá apresentar a equação matemática do assunto. É que, portas a dentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando
das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem de marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos.
A MISSÃO DE PAULO:
No trabalho de redação dos Evangelhos, que constituem, sem dúvida, o portentoso alicerce do Cristianismo, verificavam-se, nessa época, algumas dificuldades para que se lhes desse o precioso caráter universalista.
Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de seus gloriosos ensinamentos; mas, se esses pescadores valorosos eram elevados Espíritos em missão, precisamos considerar que eles estavam muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as influências do meio a que foram conduzidos. Tão logo se verificou o regresso do Cordeiro às regiões da Luz, a comunidade cristã, de modo geral, começou a sofrer a influência do judaísmo, e quase todos os núcleos organizados, da doutrina, pretenderam guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas e associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo.
É então que Jesus resolve chamar o espírito luminoso e enérgico de Paulo de Tarso ao exercício do seu ministério. Essa deliberação foi um acontecimento dos mais significativos na história do Cristianismo. As ações e as epístolas de Paulo tornam-se poderoso elemento de universalização da nova doutrina. De cidade em cidade, de igreja em igreja, o convertido de Damasco, com o seu enorme prestígio, fala do Mestre, inflamando os corações. A princípio, estabelece-se entre ele e os demais Apóstolos uma penosa situação de incompreensibilidade, mas sua
influência providencial teve por fim evitar uma aristocracia injustificável dentro da comunidade cristã, nos seus tempos inesquecíveis de simplicidade e pureza.
O APOCALIPSE DE JOÃO:
Alguns anos antes de terminar o primeiro século, após o advento da nova doutrina, já as forças espirituais operam uma análise da situação amargurosa do mundo, em face do porvir.
Sob a égide de Jesus, estabelecem novas linhas de progresso para a civilização, assinalando os traços iniciais dos países europeus dos tempos modernos. Roma já não representa, então, para o plano invisível, senão um foco infeccioso que é preciso neutralizar ou remover. Todas as dádivas do Alto haviam sido desprezadas pela cidade imperial, transformada num vesúvio de paixões e de esgotamentos.
O Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê a linguagem simbólica do invisível.
Recomenda-lhe o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como advertência a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho Apóstolo de Patmos transmite aos seus discípulos as advertências extraordinárias do Apocalipse.
Todos os fatos posteriores à existência de João estão ali previstos.
É verdade que freqüentemente a descrição apostólica penetra o terreno mais obscuro; vê-se que a sua expressão humana não pôde copiar fielmente a expressão divina das suas visões de palpitante interesse para a história da Humanidade. As guerras, as nações futuras, os tormentos porvindouros, o comercialismo, as lutas ideológicas da civilização ocidental, estão ali pormenorizadamente entrevistos. E a figura mais dolorosa, ali relacionada, que ainda hoje se oferece à visão do mundo moderno, é bem aquela da igreja transviada de Roma, simbolizada na besta vestida de púrpura e embriagada com o sangue dos santos.

IDENTIFICAÇÃO DA BESTA APOCALÍPTICA:
Reza o Apocalipse que a besta poderia dizer grandezas e blasfêmias por 42 meses, acrescentando que o seu número era o 666 (Apoc. XIII, 5 e 18). Examinando-se a importância dos símbolos naquela época e seguindo o rumo certo das interpretações, podemos tomar cada mês como sendo de 30 anos, em vez de 30 dias, obtendo, desse modo, um período de 1260 anos comuns, justamente o período compreendido entre 610 e 1870, da nossa era, quando o Papado se consolidava, após o seu surgimento, com o imperador Focas, em 607, e o decreto da infalibilidade papal com Pio IX, em 1870, que assinalou a decadência e a ausência de autoridade do Vaticano, em face da evolução científica, filosófica e religiosa da Humanidade.
Quanto ao número 666, sem nos referirmos às interpretações com os números gregos, em seus valores, devemos recorrer aos algarismos romanos, em sua significação, por serem mais divulgados e conhecidos, explicando que é o Sumo-Pontífice da igreja romana quem usa os títulos de "VICARIVS GENERALIS DEI IN TERRIS", "VICARIVS FILII DEI" e "DVX CLERI" que significam "Vigário-Geral de Deus na Terra", "Vigário do Filho de Deus" e "Príncipe do Clero". Bastará ao estudioso um pequeno jogo de paciência, somando os algarismos romanos encontrados em cada titulo papal a fim de encontrar a mesma equação de 666, em cada um deles. Vê-se, pois, que o Apocalipse de João tem singular importância para os destinos da Humanidade terrestre.

O ROTEIRO DE LUZ E DE AMOR:
Mas, voltemos aos nossos propósitos, cumprindo-nos reconhecer nos Evangelhos uma luz maravilhosa e divina, que o escoar incessante dos séculos só tem podido avivar e reacender. É que eles guardam a súmula de todos os compêndios de paz e de verdade para a vida dos homens, constituindo o roteiro de luz e de amor, através do qual todas as almas podem ascender às luminosas montanhas da sabedoria dos Céus.
(Fonte: À Caminho da Luz - Emmanuel - psicografia Francisco C. Xavier - FEB)

O Príncipe Sensato

O  PRÍNCIPE  SENSATO
Neio Lúcio

Comentavam os apóstolos, entre si, qual a conduta mais aconselhável diante do Todo-Poderoso, quando o Mestre narrou com brandura: — Certo rei, senhor de imensos domínios, desejando engrandecer o espírito dos filhos para conferir-lhes herança condigna, conduziu-os a extenso vale verdoengo e rico de seu enorme império e confiou a cada um determinada fazenda, que deviam preservar e enriquecer pelo trabalho incessante.
 O Pai desejava deles a coroa da compreensão, do amor e da sabedoria, somente conquistável através da educação e do serviço; e, como devia utilizar material transitório, deu-lhes tempo marcado para as construções que lhes seriam indispensáveis, mais tarde, aos serviços de elevação.
 Assim procedia, porque o vale era sujeito a modificações e chegaria um momento em que arrasadora tempestade visitaria a região guardando-se em segurança apenas aqueles que houvessem erguido forte reduto.
 Assim que o soberano se retirou, os filhos jovens, seguidos pelas numerosas tribos que os acompanhavam, descansaram, longamente, deslumbrados com a beleza das planícies banhadas de sol.
 Quando se levantaram para a tarefa, entraram em compridas conversações, com respeito às leis de solidariedade, justiça e defesa, cada qual a exigir especiais deferências dos outros.
 Quase ninguém cuidava da aplicação dos regulamentos estabelecidos pelo governo central.
 Os príncipes e seus afeiçoados, em maioria, por questões de conforto pessoal, esmeravam-se em procurar recursos sutis com que pudessem sonegar, sem escândalos visíveis entre si, os princípios a que haviam jurado obediência e respeito.
 E tentando enganar o Magnânimo Pai, por meio da bajulação, ao invés de honrá- lo com o trabalho sadio, internaram-se em complicadas contendas, em torno de problemas íntimos do soberano.
 Gastaram anos a fio, discutindo-lhe a apresentação pessoal.
 Insistiam alguns que ele revelava no rosto a brancura do lírio, enquanto outros perseveravam em proclamar-lhe a cor bronzeada, idêntica à de muitos cativos de Sídon.
 Muitos afirmavam que ele possuía um corpo de gigante e não poucos exigiam fosse ele um anjo coroado de estrela.
 Ao passo que as rixas verbais se multiplicavam, o tempo ia-se esgotando e os insetos destruidores, infinitamente reproduzidos, invadiram as terras, aniquilando grande parte dos recursos preciosos.
 Detritos desceram de serras próximas e fizeram compacto acervo de monturo naquelas regiões, enquanto os príncipes levianos, inteiramente distraídos das obrigações fundamentais que lhes cabiam, se engalfinhavam, a todo instante, a propósito de ninharias.
 Houve, porém, um filho bem-avisado que anotou os decretos paternais e cumpriu-os.
 Jamais esqueceu os conselhos do rei e, quanto lhe era possível, os estendia aos companheiros mais próximos.
 Utilizou grande número de horas que as leis vigentes lhe concediam ao repouso e construiu sólido abrigo que lhe garantiria a tranqüilidade no futuro, semeando beleza e alegria em toda a fazenda que o genitor lhe cedera por empréstimo.
 E assim, quando a tormenta surgiu, renovadora e violenta, o príncipe sensato que amara o monarca e servira-o, desvelado e carinhoso, estendendo-lhe as lições libertadoras, pela fraternidade pura, e cumprindo-lhe a vontade justa e bondosa, pelo trabalho de cada dia, com as aflições construtivas da alma e com o suor do rosto, foi naturalmente amparado num santuário de paz e segurança que os seus irmãos discutidores não encontraram.
 Doce silêncio pairou na sala singela...
 Decorridos alguns minutos, o Mestre fixou os olhos lúcidos na pequena assembléia e concluiu: — Quem muito analisa, sem espírito de serviço, pode viciar-se facilmente nos abusos da palavra, mas ninguém se arrependerá de haver ensinado o bem e trabalhado com as próprias forças em nome do Pai Celestial, no bendito caminho da vida.
(Do Livro Jesus no Lar  - Francisco C. Xavier).